segunda-feira

COISAS QUE ME ABORRECEM




"Pelos teus mandamentos alcancei entendimento, pelo que aborreço todo o falso caminho." - salmo 119:104


Certo dia li um slogan (adesivo pregado num carro) bastante interessante que revela o quanto a igreja (não o organismo vivo, mas a instituição) está em baixa nestes últimos dias, que tinha os seguintes dizeres: "ODEIO A IGREJA, NÃO JESUS".

O que vamos escrever abaixo é dirigido à igreja institucional, à igreja empresarial, ao clube de entretenimento, assim falsificada e vendida ao poder temporal. Não nos referimos absolutamente à igreja verdadeira, ao remanescente fiel, que muitas vezes está contido nessa igreja caricata dos dias atuais.
Compartilhamos aqui o sentimento de inconformação de Davi quando disse a Deus:

"Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? E não abomino os que se levantam contra ti? Aborreço-os com ódio consumado, para mim são inimigos de fato".

Eis aqui as coisas que eu aborreço na "igreja" dos dias atuais:

- A pretensão ostensiva de se ver superior a tudo e a todos, com um orgulho irritante, a ponto de deixar de ser reconhecida como voz de Deus e agência do Reino no mundo. Ela deveria se afastar dessa vaidade abominável e cair em si, voltando a servir humildemente ao Senhor e ao próximo, demonstrando o verdadeiro amor que a identifica: "Nisto, todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros", disse o Senhor Jesus.

- Igreja inflexível, que impõe o detestável legalismo como forma de caminhada cristã, com regras insuportáveis que mantém os membros eternamente cativos à infantilidade na fé, ao invés de conduzí-los à maturidade cristã que alcança a essencial liberdade consciente e anda maduramente nas pegadas de Jesus.

- A cegueira reducionista que não discerne claramente o Reino além de limitadas fronteiras, expandindo a visão para ver e aceitar outras formas de expressão, de serviço cristão, de culto e de obras que também glorificam a Deus e contribuem para a expansão do Reino na terra.

- A forma de julgar sumariamente as pessoas, se são merecedoras do céu ou do inferno, como se coubesse a ela essa prerrogativa divina de seleção. Isto é uma ação exclusiva de Deus.

- A disciplina corretiva que sempre exclui e joga fora todo aquele que desgraçadamente tropeça por algum motivo, levando invariavelmente o "disciplinado" ao abandono", ferido, a morrer à míngua.
- A forma antibíblica de evangelizar, definindo prazo de mudança para as pessoas "aceitarem Jesus", exigindo uma conversão urgente e superficial baseada na adequação compulsória às regras de usos e costumes, e não na radical soberana transformação do Espírito Santo, de dentro para fora, e no livre tempo de Deus.

- A visão missionária/evangelística distorcida, que, em nome do "IDE" retira as pessoas de suas áreas de convivência na sociedade onde exerciam posições estratégicas para alcançar seus semelhantes, para mantê-los circunscritos à área do templo, transformando-os em pessoas inativas ou em obreiros alienados que desconhecem o que se passa no mundo que os rodeiam.

- O abuso de poder arrastando milhares de pessoas sinceras, frágeis, crédulas, simplórias, despreparadas e desavisadas à exaustão, ao esgotamento, ao sofrimento, à decepção, e a se sentirem absolutamente usurpadas física, emocional, material e espiritualmente. Essas pobres vítimas do poder abusivo se tornam amargas e refratárias para o Evangelho para sempre, fechadas para qualquer possibilidade de pensarem em Deus ou em coisas relacionadas a igreja.

- A forma imoral com que os líderes lidam com as finanças, manipulando o dinheiro que entra em seus cofres de forma irresponsável, desonesta, revelando que são subjugados pelo deus Mamon. São reproduzidos "pastores" que amam posição, poder, dinheiro, tornando-os cheios de avareza e ganância. Recebendo no seu seio "pastores" que desejam aparecer e que jamais tiveram chamada de Deus, que não conhecem e nem cuidam das pobres ovelhas do Senhor. Isso tem causado grandes escândalos e danos irreversíveis para o Evangelho, e a igreja institucional é diretamente responsável por isso.

- É uma grande mentira quando a "igreja" diz que fora dela as pessoas não podem sobreviver. Aliás, é uma mentira diabólica. A verdade é que existem  pessoas que nunca adentraram nos átrios dela, ou não as frequentam mais e mesmo assim oram, têm temor a Deus, discernimento, maturidade, ética, moral e dignidade, muitas vezes mais apurados que seus pobres membros pretensiosos.

Será que a igreja institucionalizada já esqueceu destas palavras de Jesus: - "onde estiverem dois ou três reunidos no meu nome, ali estou eu" ?

Ora, ora, lembra-te onde caíste e te arrepende, porque só tens o nome de que vives e estás morta.

Fonte: bereianos.blogspot.com (com adaptações de adailcampelo@hotmail.com)

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